quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Agente penitenciário discutiu apenas com a ex-cunhada em escritório de advocacia antes de assassinatos e suicídio

A delegada Leisaloma Carvalho, juntamente com sua equipe de policiais, da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Vida, continua investigando os homicídios seguidos de suicídio ocorrido no final da manhã do último dia 10 de janeiro, praticados pelo agente penitenciário Antônio Pereira de Carvalho, que matou a ex-esposa Márcia Gava da Silva de Carvalho, a irmã dela Carmelúcia Gava da Silva, e tirou sua própria vida em seguida. 



Os crimes aconteceram em um escritório de advocacia, localizado na Rua Quintino Bocaiuva com a Brasília, região central de Porto Velho.

Segundo a delegada, o advogado e o estagiário que presenciaram o crime já foram ouvidos na delegacia. “O advogado gravou toda a conversa, foram mais de 11 minutos do momento em que eles entram na sala até o momento dos disparos da arma de fogo. O áudio registrou três disparos efetuados por Antônio”, disse Leisaloma Carvalho.

Ao ouvir a gravação, os policiais perceberam que Márcia e Antônio estavam calmos e tranquilos durante a conversa com o advogado, que tratava sobre o divórcio consensual, afirmou a delegada. “Márcia perguntava para o advogado orientações, como seria o processo de separação e eles tinham decidido que a guarda do filho ficaria com Antônio”, diz.

Já estava tudo acertado entre os dois, quando em determinado momento Antônio começou a desabafar e teve uma briga com a cunhada. “Houve troca de ofensas entre os dois e durante essa discussão, a ex-esposa não falou nada. Ficou claro no áudio, que em nenhum momento Antônio proferiu ofensas a ex, a discussão era somente entre ele e a cunhada”, esclareceu.

Ainda durante a discussão, o advogado pedia calma a todo o momento, dizia para que eles voltassem ao assunto que estava sendo discutido, que era o divórcio. “Em determinado momento, Antônio levantou da cadeira dizendo que iria tomar água, girou o corpo puxando a arma da cintura e apontou o revólver primeiramente para a cunhada, Carmelúcia. Ao ver o homem puxando a arma, o advogado e o estagiário correram para dentro do banheiro e logo depois ouviram os disparos. Eles permaneceram dentro do banheiro até a chegada da Polícia e não sabiam que Antônio teria matado a esposa, a cunhada e depois tirado a própria vida”, detalhou a delegada que investiga o caso.

A delegada disse ainda, que durante as investigações, familiares de Antônio foram ouvidos e os policiais estão trabalhando para saber se existe histórico de violência doméstica entre o casal. “Mas até o momento não tem nada registrado em que Antônio figure como infrator e Márcia como vítima. Nós apuramos que a convivência dos dois era harmônica e que recentemente Márcia teria pedido a separação. Antônio foi quem procurou o advogado para fazer uma separação consensual”, disse Leisaloma Carvalho.

O que pode ter motivado a fatalidade, de acordo com a delegada, seria a discussão de Antônio com Carmelúcia. “Nós vamos continuar com as investigações, ouvindo testemunha e familiares para saber se houve uma premeditação, mas o que a gente tem, gravado no áudio, é que a fatalidade aconteceu durante uma discussão e Antônio acabou tirando a vida das duas vítimas e depois atirou contra sua cabeça de uma forma impensável”, enfatizou Leisaloma Carvalho.

Durante as investigações, foi apurado que Antônio estava sofrendo com a separação, não estava dormindo direito e falava que não entendia porque a esposa queria colocar um fim no casamento.

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